O tema liderança me fascina há muitos anos. Como empreendedor sempre busquei estudar sobre o assunto no intuito de evoluir continuamente como líder, tarefa nada fácil e quase que eterna. E tenho plena consciência que tenho um longo e árduo caminho pela frente!
Ser líder nunca foi fácil, porém no contexto atual é um desafio ainda maior: a velocidade das coisas, os movimentos disruptivos, o conflito de gerações na mesma empresa, a pressão da concorrência que vem de todos os lados e as várias dicotomias de um líder no dia a dia, são alguns dos fatores que dificultam ainda mais esse papel. E não me refiro apenas aos líderes de empresas, mas também aos líderes do dia a dia…pais, mães, líderes comunitários, técnicos esportivos, capitães, líderes natos, etc.
Costumo dizer que líder não é cargo, é adjetivo. O fato de ter um título no seu cartão de visita não o credencia como um líder. Aprendo e reflito sobre isso todos os dias.
Li mais de 25 livros sobre o tema e fiz alguns cursos de liderança. Além disso, tenho estudado algumas culturas, povos e organizações não corporativas, que foram historicamente exemplos de liderança, sabedoria e alma guerreira: os Sioux, Espartanos, Maoris, Samurais, Mongóis, All Blacks, Navy Seals, San Antonio Spurs, Duke University, entre outros. E claro que a experiência no dia a dia como líder na minha empresa tem sido a melhor lição de todas. Que desafio!
Cheguei a algumas conclusões que gostaria de dividir e refletir junto com vocês.
São muitas as habilidades e competências de um bom líder, mas por questão de espaço aqui, selecionei algumas que acredito serem fundamentais nos dias atuais.
Criatividade: de acordo com uma pesquisa global com mais de 1500 CEO’s, criatividade é uma das habilidades mais demandadas na hora de contratar um líder. O líder criativo é aquele que inspira, que encanta pela coragem de ousar, cria ambiente de confiança, lidera com ideias e aceita ideias, aposta nos talentos e estimula a criatividade de todos.
Adaptabilidade: Nesse contexto volátil, complexo, exponencial e disruptivo, o líder precisa ser adaptativo, fluido, resiliente, corajoso e aberto a mudanças. Visão sistêmica, propósito, visão de futuro.
Comunicabilidade: Comunicabilidade é uma das mais importantes habilidades do líder atual. Saber se comunicar em momentos de crise, em reuniões, palestras, no dia a dia. Sem comunicação não existe conexão, inovação. Carisma, improviso, tom de voz, como engajar em conversas cruciais.
Consciência: O verdadeiro líder é consciente, pois ensina com a visão do todo e pensa
em cada ser humano de sua equipe. Cria um time forte, amigo e verdadeiro. É equilibrado e ensina pelo exemplo. O verdadeiro líder tem autoconhecimento, pois essa é a única forma de conhecer o que se passa com o outro, e por isso lidera com sabedoria. Maturidade emocional, intuição, presença e confiança.
Humanidade: líder que abraça e constrói causas e cria movimentos muito além da empresa. Lidera pelas pessoas e a sociedade. Líderes que evoluem criam relevância, reputação e causas. Valores humanos, respeito e a importância das relações verdadeiras.
Vulnerabilidade: líder que não tem problema em mostrar suas vulnerabilidades, que não precisa se mostrar perfeito. Ninguém se identifica com perfeição. Assumir fraquezas e buscar ajuda para melhorá-las é uma grande qualidade de um bom líder atual.
Recentemente a Fast Company, uma revista bastante respeitada mundialmente fez uma pesquisa sobre o que as pessoas esperam dos seus líderes, que tipo de líder eles querem seguir. Aqui vão as principais conclusões:
Líderes que não tem medo de assumir erros e suas vulnerabilidades;
Líderes que escutam mais do que falam;
Líderes que não tem a necessidade de ser o centro das atenções. Deixam os outros brilharem.
Líderes que não tem medo de pedir ajuda;
Líderes que não colocam os outros para baixo;
Líderes que assumem seus erros;
Líderes que buscam conhecimento e sabedoria nos outros;
Líderes que intencionalmente buscam relacionamentos a base da confiança;
Líderes que os fazem sentir parte do negócio;
Líderes que reconhecem aqueles que vestem a camisa e estão sempre do seu lado;
Ou seja, uma coisa muito ligada à outra. O que os liderados esperam de uma forma ou de outra são as habilidades e competências que mencionei acima. Um desafio e tanto ser líder em tempos de paradoxos e disrupções!
Mas fica uma grande pergunta a ser respondida…e os liderados? Que tipo de pessoas queremos nos nossos times hoje? Muito se fala de líderes e modelos de liderança, porém pouco sobre os liderados e colaboradores. Se é um grande desafio ser líder, também não é tarefa nada fácil encontrar colaboradores comprometidos, que vestem a camisa e não entram na empresa já pensando no próximo emprego.
Não vou cair na armadilha e nos clichês de gerações, mesmo sabendo que existem conflitos nesse aspecto. A dura realidade é que independente da geração, é cada vez mais raro o colaborador que de fato veste a camisa e que se coloca como fiel escudeiro do seu líder e sua empresa. Com isso em mente, fomos perguntar para alguns líderes o que eles esperam das pessoas dos seus times. Eis o que responderam!
Fidelidade: esperam pessoas que sejam fieis à empresa e ao time. Que não entre já pensando na próxima oportunidade de emprego.
Boas vibes: bom humor, atitudes positivas, positivismo, energia.
Comprometimento: o famoso vestir a camisa. Entender a dificuldade de empreender no nosso país. Se apropriar de responsabilidades.
Transparência: diálogo aberto. Se exigem isso dos seus líderes, a recíproca deve ser verdadeira. Tem problema? Fale. Às vezes as expectativas estão desalinhadas.
Multidisciplinaridade: pessoas que não sejam apenas especialistas e que busquem outros tipos de conhecimento em outras disciplinas.
Criatividade: uma das habilidades mais demandadas pelos líderes hoje. Ora, se temos que encontrar soluções para grandes problemas atuais, precisamos de pessoas criativas.
Curiosidade: pessoas que buscam estudar e evoluir continuamente. Que são inconformadas com o status quo e estão sempre buscando conhecer coisas novas.
Flexibilidade: ou fluidez. Em um mundo em constante evolução, precisamos ser flexíveis e fluidos, para podermos nos adaptar e readaptar sem parar.
Altruísmo: pessoas que fazem o bem. Gentis, que se voluntariam para alguma causa, mas ao mesmo tempo, no dia a dia, procuram espalhar o bem ao seu redor.
No final do dia, queremos líderes e liderados mais humanos, conscientes, com visão ecossistêmica do mundo, gentis, que pensem como um time e tenham um objetivo em comum. Parece utopia? Não acredito nisso. Acho possível, mas para isso precisamos nos questionar como líderes e liderados e fazer uma análise profunda e honesta se estamos no caminho certo.
Vamos juntos nesse desafio de construirmos empresas mais harmônicas e saudáveis para ambas as partes?